Encontro de Compostagem abre caminhos para reduzir pegada do lixo urbano
As várias experiências e desafios da compostagem doméstica e comunitária, tanto no nosso paÃs como na vizinha Espanha, foram tema central do 1.º Encontro Nacional de Compostagem, realizado esta terça-feira, na Mealhada, na presença de cerca de uma centena de participantes.
O 1.º Encontro Nacional de Compostagem reuniu vários casos de sucesso no paÃs, associados à s autarquias, assim como a experiência de Pontevedra (Galiza) nesta matéria, com os oradores a apontarem argumentos, práticas e estratégias para esta questão, que vai reduzindo o envio de resÃduos urbanos para aterro e valorizando os biorresÃduos para aproveitamento na agricultura, através da compostagem, reduzindo a pegada ecológica associada ao lixo urbano.
Com o Centro de Interpretação Ambiental da Mealhada a lotar a sua capacidade, com a participação de mais de 100 pessoas, entre elas 11 oradores e 35 autarquias de vários pontos do paÃs, a iniciativa deu a conhecer os programas de compostagem dos MunicÃpios de Castelo Branco, Silves, Viana do Castelo e Mealhada, que apresentou os resultados do projeto CompostaMe, que no último ano direcionou para a agricultura 22 toneladas de resÃduos que anteriormente iam para aterros.
Na abertura deste evento nacional, organizado pelo MunicÃpio da Mealhada, pela empresa Ecogestus e pela Associação Revolução das Minhocas, o presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco, enalteceu a forte presença de técnicos nesta sessão. âFico feliz ao ver aqui pessoas de vários pontos do paÃs interessadas em mudar o paradigma da separação, recolha e valorização dos resÃduosâ, disse, apontando que âé importante parar de enterrar milhares e milhares de euros em aterrosâ.
Para o autarca, âpartilhar as boas práticas em termos de compostagem é meio caminho andado para implementar e reforçar os projetos que temos nesta área, que se desenvolvem com o conhecimento que vamos adquirindo. Este Encontro é uma mais valia importante para esse objetivoâ, concluiu.
Os trabalhos desta quarta-feira começaram com uma visão sobre a compostagem comunitária e doméstica, a cargo de Pedro Carteiro, seguindo-se a análise dos benefÃcios e impactos da valorização de biorresÃduos (Ismael Casoti - Zero â Associação Terrestre), a experiência da compostagem na Galiza (Quique Pintos â Pontevedra), os elementos de sucesso para a compostagem comunitária (Pierre de Cos â Revolução das Minhocas), os desafios e as principais ameaças da compostagem comunitária (Margarida Benvindo â Ecogestus) e o enquadramento estratégico dos programas de compostagem e regras gerais (Inês Mateus â Agência Portuguesa do Ambiente).
O Encontro terminou com a visita a dois compostores instalados na Mealhada e a descrição da implementação, acompanhamento, mobilização social e resultados obtidos.
Importa referir que na Mealhada, o projeto CompostaMe retirou 22 toneladas de resÃduos de aterro sanitário no último ano. A iniciativa, com um investimento de cerca de 67 mil euros, financiada pelo Fundo Ambiental, visa reduzir o volume de resÃduos dos aterros, através do processo de compostagem. Esta transformação diminui os custos de tratamento dos resÃduos e produz composto de qualidade, que pode ser utilizado para melhorar solos agrÃcolas e jardins, num sistema de economia circular.
Em 2023, quando o projeto foi iniciado, foram instaladas 12 ilhas de compostagem comunitária e distribuÃdos 200 compostores domésticos e mil baldes residenciais. Ao longo do ano, foram retirados vários metros cúbicos de composto de alta qualidade nas ilhas de compostagem situadas em várias localidades. O projeto adquiriu recentemente mais 150 compostores e vai instalar seis novas ilhas de compostagem em diferentes locais, como Várzeas e Vimieira.